Com tradição e estrutura esportiva, São Bernardo volta a projetar protagonismo no handebol. Por mais de 20 anos, a cidade foi casa dos principais atletas da modalidade no País e, a partir desta terça-feira (29/4), é sede da Taça Sudeste de Handebol cadete masculino, torneio regional que é classificatório para a fase final do Brasileiro.
Os duelos ocorrem até o dia 4 de maio em dois locais: no Ginásio Vitório Zanon, no Complexo do Baetão (Av. Armando Ítalo Setti, 901) e no Centro de Excelência Esportiva do Handebol (Av. Tiradentes, 1845, Santa Terezinha). A categoria cadete inclui atletas entre 15 e 17 anos.
“Receber essa competição é reafirmar o nosso compromisso de fazer com que São Bernardo seja novamente referência no calendário nacional esportivo. O handebol, por duas décadas, foi referência, e infelizmente nos últimos anos perdeu espaço para outras cidades. Mas daqui para frente esse apoio voltará a acontecer”, salientou o prefeito Marcelo Lima.
Carlos Mirabal, o Carlito, é o técnico da equipe masculina. Há quatro anos à frente do cadete, o treinador enaltece a equipe, ainda mais jogando dentro de casa. “A expectativa é muito grande para essa competição, porque ela cede vaga à fase final do Brasileiro e queremos estar entre os três primeiros e classificar. O time está bem, uma equipe que já joga junto há um bom tempo e querem jogar. Time que está em busca, novamente, de estar entre os melhores do País e estamos trabalhando para isso”, pontuou.
Em paralelo, a equipe feminina cadete também vai disputar o regional Sudeste, no entanto, o torneio será disputado na cidade de Serra, no Espírito Santo. A técnica Valéria Oliveira faz questão de ressaltar as atletas ‘prata da casa’ para o campeonato. “Nossa equipe está em formação, com atletas vindas de equipes como a do Centro Olímpico e do Pinheiros, e com algumas delas formadas nas nossas escolas de esporte, como a Isadora Antonucci e Maria Eduarda. A competição será bem disputada, com 11 equipes lutando por três vagas para a fase final do Brasileiro. Em 2024 conseguimos nos classificar e esperamos repetir esse feito.”
NOVAS GERAÇÕES – Tanto a equipe masculina quanto à feminina têm em seu comando duas referências do handebol: à frente da equipe masculina, o ponta-esquerda Carlito. Ele defendeu a Metodista/São Bernardo por 10 anos. Já o time feminino é comandado por Valéria Oliveira, que foi atleta de São Bernardo entre 1994 e 2004, tendo disputado as Olimpíadas de 2000, em Sydney, na Austrália.
TAÇA SUDESTE – O time masculino estreia nesta terça-feira (29/4), às 16h, no Baetão contra o ADCL-MG. Na quarta-feira (30/4), encara o A.E. Bravos e, no dia 1º de maio, duela com o Pará de Minas. As duas partidas serão também às 16h no Ginásio do Baetão.
O time feminino, por sua vez, estreia na quarta-feira (30/4), às 20h, contra o time do Maricá/RJ. No dia 1º/5 tem confronto contra o A.E. Bravos, às 13h. O último jogo da fase de classificação ocorre no mesmo dia, às 20h30, contra o Clube Mogiano.
BERÇO DO HANDEBOL – A história do handebol brasileiro está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da equipe da Metodista/São Bernardo, que surgiu em 1993 e contou com o apoio da Prefeitura de São Bernardo desde a sua criação, o que foi fundamental para o seu protagonismo.
Em 23 anos de história, além de ter importância no cenário nacional do esporte, o handebol de São Bernardo também ganhou prestígio internacional, com conquistas Sul-americanas e Pan-americana e um terceiro lugar no Super Globe (Mundial). Individualmente, as equipes contavam com atletas reconhecidos nacionalmente e com grande destaque na Seleção brasileira, disputando Mundiais e Olimpíadas.
Paracanoagem de São Bernardo conquista medalhas na II Etapa da Copa do Brasil
A equipe de São Bernardo da Paracanoagem voltou de Siqueira Campos, no Estado do Paraná, com medalhas na bagagem, reforçando todo o potencial na modalidade. No último final de semana, atletas de renome no cenário brasileiro disputaram a II Etapa da Copa Brasil, competição que reuniu mais de 40 atletas. O torneio, além de contribuir para o ranking nacional, também serviu como classificatória do Campeonato Mundial, marcado para agosto, na Itália.
Na categoria KL1 (200m), o atleta Luis Carlos Cardoso, vice-campeão nas Olimpíadas de Paris 2024, ficou com o ouro, após marcar o tempo de 00:46,76. Débora Raiza Benevides garantiu também a medalha de ouro, na categoria VL2 (200m), com o tempo de 01:01,02. Jean Carlos Penucci, por sua vez, conquistou a medalha de prata, ao alcançar o tempo de 00:41,78, na categoria KL3 (200m).
“Agradeço a São Bernardo e a Associação pelo apoio que nos dão (no esporte). Somos reconhecidos nos campeonatos pela evolução que tivemos nos últimos anos e isso é graças à estrutura que temos”, salientou Débora. O time da cidade é uma parceria da Prefeitura com a Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo – a equipe treina na Represa Billings.
Secretário municipal de Esportes e Lazer, Fran Silva frisou que São Bernardo tornou-se referência na modalidade, mediante valorização do esporte. “Quero parabenizar os atletas da paracanoagem que são referências para quem está começando na modalidade em nossa cidade. Aqui em São Bernardo o esporte paralímpico é valorizado e merecedor de destaque. Nosso time está entre os principais do Brasil.”
INSPIRAÇÕES – Luis Carlos Cardoso registra vasta lista de medalhas: prata nos 200m KL1 (caiaque) nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024; ouro nos 200m KL1 no Mundial da Hungria 2024; prata no caiaque no Campeonato Mundial em Halifax (Canadá) 2022; prata no caiaque nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; prata no caiaque no Mundial em Copenhague 2021; pentacampeão mundial na prova de canoa (Szeged 2019, Racice 2017, Duisburg 2016, Milão 2015 e Moscou 2014), entre outras premiações. Ex-dançarino, ele teve uma infecção em sua medula, em 2009, perdendo os movimentos das pernas. Pouco tempo depois, descobriu a canoagem.
Débora Raiza é outra atleta que acumula importantes resultados na carreira. Entre eles prata na canoa no Parapan-Americano de Halifax 2022; bronze na canoa no Mundial em Copenhague 2021; ouro no caiaque e na canoa no Campeonato Pan-Americano 2018 de Dartmouth (Canadá); prata na canoa no Mundial de Racice (República Tcheca) 2017; ouro no caiaque no Campeonato Sul-Americano de Canoagem, em Paipa 2017 (Colômbia); prata na canoa no Mundial da Alemanha 2016 e bronze na canoa no Mundial de Milão 2015 (Itália). A atleta tem má-formação, o que causou atrofia nas pernas.
Já Jean Carlos Penucci sofreu acidente de trânsito em 2016. Ele andava de moto quando foi fechado por um caminhão, perdendo a perna esquerda. Em 2022, deixou a informática de lado para iniciar na Canoagem. Logo no primeiro ano, foi campeão brasileiro, sendo convocado para a Seleção.