Neste sábado, dia 10 de maio, Ribeirão Pires será palco do Circuito Sesc de Artes 2025, uma iniciativa cultural gratuita promovida pelo Sesc São Paulo em parceria com a Prefeitura de Ribeirão Pires, por meio da Secretaria de Cultura. O evento será realizado no Paço Municipal (Rua Miguel Prisco, 288 – Centro), das 15h às 19h, com atrações artísticas para todas as idades.
A programação contará com oficinas criativas, apresentações circenses, música e literatura, valorizando artistas e coletivos da região. Entre os destaques está a oficina ‘Neurofábrica: do Rascunho ao 3D’, com Glauco Paiva, que ensinará o uso de canetas 3D na criação de figuras tridimensionais. Já a oficina ‘Zine com Carimbos’, promovido pelo coletivo Coticoá, propõe a produção de publicações artesanais utilizando carimbos e dobraduras de papel.
No circo, o grupo argentino Viento Circo apresentará o espetáculo ‘Libra’, com acrobacias e números de equilíbrio em uma estrutura de bambu que simula uma gangorra suspensa. A programação literária será conduzida pelo Taturana Grupo, que promove a atividade ‘As Versões e Outras Histórias’, com leitura de livros infantis e dinâmicas lúdicas.
A trilha sonora do evento ficará por conta do DJ Gurunga, de Diadema, com sets que misturam ritmos latinos, black music e sonoridades brasileiras. Encerrando a programação, o bloco Nu Vuco Vuco promete animar o público com uma celebração da cultura popular, reunindo samba-reggae, maracatu e composições autorais.
Serviço: Circuito Sesc de Artes
Quando: Sábado – 10/05 – 15h às 17h
Onde: Paço Municipal – Rua Miguel Prisco, 288 – Centro
Entrada gratuita
“Gosto de Fel”: Filme produzido em Ribeirão Pires estreia em festival internacional no Japão
Um longa-metragem independente em Ribeirão Pires coloca a Estância no mapa do cinema internacional. “Gosto de Fel”, suspense policial dirigido por Beto Besant, foi selecionado para um prestigiado festival de cinema em Tóquio, no Japão. Produzido pela Cachaça Filmes, sediada na Estância, o filme conta com nomes como Flávio Galvão, Ney Matogrosso e Maria Rocha no elenco, além de ter apoio de comerciantes locais para sua realização.
Produzido de forma independente e com poucos recursos, “Gosto de Fel” é um exemplo de cinema de resistência que nasceu em Ribeirão Pires e agora chega ao circuito internacional. Com uma trama intensa, elenco de peso e direção ousada, o longa, que teve locações em Ribeirão Pires, Santos e São Caetano, estreia em um dos festivais mais importantes da Ásia.
A produção é assinada pela Cachaça Filmes, criada por Beto Besant e Allan Schneider, cineastas apaixonados pela sétima arte e pela Amazônia. A empresa tem sede em Ribeirão Pires e filial em Coari, no Amazonas, onde também realiza projetos audiovisuais e institucionais.
O nome curioso da produtora veio de uma conversa com o diretor de arte Pierino Massenzi, da lendária Cia Vera Cruz. Ele costumava dizer que “o cinema é uma cachaça”, tamanha a dedicação exigida de quem se entrega à arte cinematográfica. A frase se tornou inspiração para a dupla fundadora.
“Gosto de Fel” é descrito por seu diretor como um filme ‘cru e visceral’, com linguagem contemporânea e filmado inteiramente com câmera na mão. A obra mergulha no lado sombrio da natureza humana, onde nenhum personagem é exatamente o que parece ser.
O roteiro, originalmente concebido como um curta-metragem, chamou a atenção de nomes consagrados do cinema brasileiro. Bráulio Mantovani, roteirista de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, elogiou o texto e incentivou sua expansão para o longa. Já Cláudio Assis, cineasta referência para Besant, disse que o roteiro “é forte, mas é bom”.
A narrativa gira em torno de um serial killer, levando o delegado Silveira (Flávio Galvão) a investigar com a ajuda do legista Wanderley (Caco Ciocler) e do perito Feitosa (Bruno Giordano). Paralelamente, outros núcleos dramáticos se cruzam, como o de Vera (Maria Rocha), uma prostituta que luta para cuidar de duas crianças em situação vulnerável.
O cantor e ator Ney Matogrosso também integra o elenco como João, um homem rabugento e paralítico, cuidado pelo enfermeiro Maurício (interpretado por Allan Schneider). Os caminhos desses personagens se entrelaçam num enredo tenso e imprevisível.
Com a proposta de transformar o curta em longa, Besant e Schneider reescreveram o roteiro para aprofundar os núcleos dramáticos sem recorrer a “injeção de linguiça”. A transição exigiu ainda mais esforço financeiro e criativo da equipe.
“Foi tudo feito com muito suor, muita luta. A gente arregaçou as mangas e foi de porta em porta buscar apoio”, conta Besant. Um dos carros, um Landau dos anos 60, foi levado rodando até o set, enquanto dois modelos mais antigos precisaram ser transportados por caminhão devido à fragilidade.
A estreia no festival japonês acontecerá inicialmente em formato online. Os filmes mais votados pelo público ganham exibição presencial em Tóquio e, em seguida, podem integrar uma mostra itinerante que passa por outros países, como os Estados Unidos.
“Infelizmente eu não poderei estar em Tóquio para ver a exibição, mas a expectativa é muito boa”, diz o diretor. Ele também aguarda retorno de outros festivais nacionais e internacionais em que o filme foi inscrito, além de buscar distribuidores interessados.
O sucesso do projeto já representa uma conquista para a cidade de Ribeirão Pires, que começa a se destacar como polo de produção audiovisual. “Escolhemos filmar aqui porque era o lugar onde conseguimos mais apoio. E também porque meu sócio mora na cidade, então já tínhamos alguns contatos”, completa Besant.