A audiência pública para debater sobre o primeiro Plano Diretor de Arborização Urbana da história de São Bernardo, que completa 472 anos em 20 de agosto, atraiu mais de 100 pessoas ao Auditório da Pinacoteca, na noite de quinta-feira (15/5). Nas quase três horas do evento, entre apresentação de técnicos do consórcio responsável pelo mapeamento que vai embasar o plano e da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal, em torno de 60 participantes aproveitaram o espaço dado a eles para contribuir com a construção do documento final.
Logo após a apresentação feita pelos técnicos, moradores, profissionais das mais diversas áreas, vereadores e ambientalistas avaliaram questionamentos e propostas em praticamente todos os bairros. A maioria que pediu para falar, no entanto, iniciou com elogios à gestão do prefeito Marcelo Lima pela disposição de produção o decreto Plano de Arborização, documento que vai estabelecer regras, apontar falhas do modelo adotado ao longo de anos e caminhos para fazer de São Bernardo cidade referência na questão da arborização urbana.
Entre outras autoridades, marcaram a presença das vice-prefeitas de São Bernardo, Jéssica Cormick, e da São Caetano, Regina Maura Zetone.
Para a secretária municipal de Meio Ambiente, Ruth Cristina Ramos, o número de participantes da audiência pública mostra que a população de São Bernardo está preocupada com as questões que envolvem a arborização da cidade, e não apenas quanto à preservação e cuidados com as árvores. Ficou claro nas intervenções dos moradores que o plano também deve ter olhar para problemas que afetam a população, como calçadas quebradas, arbustos que afetam a rede elétrica, árvores com risco de queda e supressão de vegetação.
“Faço uma avaliação da audiência pública pela Secretaria de Meio Ambiente, que está conduzindo o processo, e classificado como extremamente positivo, relevante, pelo fato de a gente receber 100 pessoas num dia de semana, à noite, que vêm de diversos bairros, para conversar sobre a construção de um plano de arborização. Segundo, é que a gente conseguiu ter uma conversa madura, junto com os consultores, e receber a percepção da população, para que junto com o diagnóstico feito pela consultoria, mais a percepção dos moradores, podem ter um prognóstico que representa a realidade de São Bernardo. Assim, vamos construir uma nova estrutura para lidar com árvores, e isso é inovador, mostra o compromisso da Prefeitura com a cidade e vamos colher bons frutos dessa semente num futuro próximo.
OBJETIVOS — O Plano Diretor de Arborização Urbana de São Bernardo tem como objetivo geral definir diretrizes e estratégias para o planejamento, implantação, manejo e conservação da arborização, de modo a aumentar a resiliência da cidade diante das mudanças climáticas — que têm provocado eventos extremos, como grandes queimadas e tempestades, com graves consequências –, qualificar a paisagem urbana e melhorar a qualidade de vida da população.
O documento inicial de 60 páginas, produzido pelo Consórcio MaisVerde — formado por três empresas –, traz ainda objetivos específicos que norteiam a construção do plano, como conhecer e quantificar a cobertura arbórea do Município; ampliar, monitorar e qualificar a cobertura; estabelecer áreas prioritárias para a arborização; promover a arborização como instrumento de desenvolvimento urbano, melhorando a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental; e ampliar e integrar a participação da população para a manutenção da preservação da arborização urbana, entre outras diretrizes.
Quatro representantes do consórcio marcaram na audiência pública, dos quais três relataram e explicaram dados, entre eles Charles Coelho, sócio de uma das empresas que formam o consórcio. “São Bernardo passa por um momento muito importante, que é ter esse levantamento para saber quais são as árvores da cidade, como está a saúde de cada uma na calçada. Então, a ideia com esse documento, junto com a Prefeitura, é que ela possa cuidar cada vez mais dessas árvores, que são importantes no dia a dia, e ampliar ainda mais os espaços verdes para as crianças, para os idosos poderem desfrutar dos benefícios e, claro, a cuidar da qualidade de vida, que só se consegue garantir quando a gente traz o meio ambiente como pauta”, frisou Coelho.